Aníbal Machado

Escritor brasileiro

Biografia de Aníbal Machado

Aníbal Machado foi um destacado escritor, crítico de arte e professor brasileiro. Considerado um dos mais importantes mestres do conto, sua obra é um marco na literatura nacional. Nascido em Sabará, Minas Gerais, Machado mostrou desde cedo interesse pela literatura, iniciando sua formação em casa e depois em Belo Horizonte.

Após completar seus estudos no Colégio Abílio, no Rio de Janeiro, ingressou na Faculdade de Direito de Belo Horizonte. Durante a faculdade, começou a publicar seus primeiros trabalhos na revista Vida de Minas, já utilizando o pseudônimo de “Antônio Verde”. Em 1919, casou-se e assumiu o cargo de promotor em Aiuruoca, mas logo retornou à capital mineira, onde também começou a lecionar e a colaborar com crônicas.

No ano de 1922, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou literatura no tradicional Colégio Pedro II. Sua carreira na administração pública se consolidou ao ser nomeado Distribuidor da Justiça e, mais tarde, Oficial do Registro Civil, cargo que manteria até sua morte. Este período também foi marcado pelo intenso contato com o Modernismo, que influenciaria sua obra e pensamento sobre a literatura.

Modernismo

Aníbal Machado fez parte do movimento modernista brasileiro e sua residência em Ipanema se tornou um ponto de encontro para escritores, artistas e intelectuais da época. Ele colaborou com a revista Estética, onde publicou seu primeiro conto, “O Rato, o Guarda Civil e o Transatlântico” (1925). Também esteve envolvido com a Revista de Antropofagia, que defendia a valorização da cultura brasileira em suas formas mais autênticas.

Outras obras

Entre suas obras mais significativas, destaca-se o romance de estilo surrealista “João Ternura”, que começou em 1926 e só foi concluído próximo ao final de sua vida. Em 1930, fundou o O Jornal do Povo, que, apesar de curto, refletiu seu desejo de se engajar na discussão pública. Seu ensaio “O Cinema e sua Influência na Vida Moderna” (1941) e a divisão de arte moderna do Salão Nacional de Belas Artes demonstram sua diversidade de interesses.

O livro de contos “Vida Feliz”, publicado em 1944, é um exemplo da perfeição de seu estilo, abordando temas cotidianos com uma mistura de lirismo e humor. Entre suas histórias, “A Morte da Porta-Estandarte” é considerada uma obra-prima do conto brasileiro. Em 1945, foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores, onde atuou ativamente na promoção da literatura nacional.

Além disso, publicou “ABC das Catástrofes e Topografia da Insônia” em 1951 e “Poemas em Prosa” em 1957. Sua compilação “Histórias Reunidas” de 1959 solidificou seu legado como um mestre do conto. Já sua obra “João Ternura”, lançada postumamente, reafirmou sua importância no cenário literário brasileiro.

Teatro e Maria Clara Machado

Além da literatura, Aníbal Machado também se destacou no teatro, ajudando a fundar grupos como “Os Comediantes” e “O Tablado”. Sua filha, Maria Clara Machado, tornou-se uma renomada escritora e dramaturga, deixando sua marca no teatro brasileiro. Aníbal traduziu obras de Franz Kafka e Anton Checov, e sua peça “O Piano” lhe rendeu o Prêmio Cláudio de Sousa da Academia Brasileira de Letras. Sua contribuição às artes foi reconhecida com a condecoração da Legião de Honra.

Aníbal Machado faleceu no Rio de Janeiro, deixando um legado literário que continua a ser estudado e reverenciado nos dias de hoje.

Contos de Aníbal Machado

• A Morte da Porta-Estandarte
• Tati, a Garota
• Viagem aos Seios de Duilia
• O Iniciado do Vento (dedicado a João Cabral de Melo Neto)
• O Telegrama de Ataxerxes
• O Desfile de Chapéus

Biografias relacionadas

• Monteiro Lobato – Escritor e editor brasileiro, autor de “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
• Ariano Suassuna – Autor de “O Auto da Compadecida”, uma obra ícone da literatura brasileira.
• Graciliano Ramos – Reconhecido romancista e autor de “Vidas Secas”.
• Jorge Amado – Um dos maiores representantes da literatura brasileira, famoso por suas obras sobre a Bahia.
• Euclides da Cunha – Autor de “Os Sertões”, obra que analisa a intersecção entre cultura e conflitos no Brasil.
• Mário de Andrade – Figura central do Modernismo, autor de “Pauliceia Desvendada”.
• Aluísio Azevedo – Autor de “O Mulato”, que revisita temas de identidade e racismo.
• Oswald de Andrade – Fundador do Modernismo no Brasil, famoso pelo “Manifesto Antropofágico”.
• Luis Fernando Veríssimo – Reconhecido por suas crônicas e romances humorísticos.
• Guimarães Rosa – Autor de “Grande Sertão: Veredas”, obra fundamental para a literatura brasileira.