Benjamin Constant

Benjamin Constant foi um militar e político brasileiro, destacado por sua atuação na fundação da República e por ser um dos principais divulgadores do positivismo no Brasil. Sua frase “Ordem e Progresso”, estampada na bandeira brasileira, é um reflexo de seu compromisso com os princípios dessa filosofia.

Nascido em 18 de outubro de 1833, em Niterói, Rio de Janeiro, Benjamin Constant Botelho de Magalhães era filho do português Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães e da brasileira Bernardina Joaquina da Silva Guimarães. O seu nome é uma homenagem ao escritor e político francês Benjamin Constant, e sua trajetória no Brasil seria marcada por importantes contribuições.

Biografia de Benjamin Constant

A infância de Benjamin foi marcada por desafios. Seu pai, após problemas financeiros, se mudou para Minas Gerais, onde encontrou uma nova oportunidade. No entanto, a morte de Leopoldo em 1849 deixou a família em uma situação delicada, obrigando Benjamin a amadurecer rapidamente.

Formação Militar

Em 1852, Benjamin ingressou na Escola Militar, onde sua paixão por matemática se destacou. Em maio de 1855, ele já era alferes. No entanto, sua trajetória não foi sem obstáculos; em 1858, ele foi preso por sua participação em uma revolta na Fortaleza de Santa Cruz. Após sua liberação, persistiu nos estudos e, em 1859, também se matriculou na Escola Central, o que o levou a se formar em ciências físicas e matemática.

Paralelamente, sua carreira acadêmica se expandia. Benjamin foi convidado a ser examinador de matemática para o curso superior do Império no Colégio Pedro II. Essa experiência consolidou sua reputação como educador, e em 1861, começou a trabalhar no Observatório Astronômico do Rio de Janeiro.

Casamento e Vida Pessoal

A vida pessoal de Benjamin também foi marcada por acontecimentos significativos. Em 1862, ele tornou-se professor de matemática no “Instituto dos Meninos Cegos”, onde teve um impacto significativo junto aos alunos. Em 16 de abril de 1865, casou-se com Maria Joaquina da Costa, com quem teve cinco filhos. Sua preocupação era com a educação, que considerava essencial para o futuro do Brasil.

Guerra do Paraguai

Em 1866, Benjamin foi promovido a capitão e designado para as operações do Exército na Guerra do Paraguai. Durante o conflito, ele atuou em diversas funções, desde cuidar de depósitos bélicos até construir trincheiras e realizar missões de exploração. Sua dedicação, no entanto, foi interrompida por problemas de saúde, e ele pediu dispensa para focar no magistério, mas recebeu apenas uma licença.

O Magistério e o Positivismo

Após retornar do conflito, Benjamin Constant assumiu a direção do Instituto dos Meninos Cegos em 1869. Ali, introduziu diversas reformas com uma abordagem positivista, influenciado pelas ideias de Auguste Comte. Ele acreditava que a educação poderia sanar as tensões sociais e que a ordem era fundamental para o progresso.

Benjamin foi um defensor fervoroso do positivismo, enfrentando críticas e polêmicas. Em 1871, enfrentou acusações de materialismo, que o associava ao Darwinismo, e suas ideias eram frequentemente mal interpretadas como subversivas. Em 1880, sua atuação no campo da educação o levou à Escola Normal, onde continuou a implementar suas reformas educacionais.

Queda do Império

Em 1887, Benjamin fundou o Clube Militar, um importante centro de propaganda republicana. Em 9 de novembro de 1889, ele presidiu uma reunião onde se decidiu a queda da monarquia brasileira. Sua habilidade em articular e convencer figuras significativas, como o Marechal Deodoro da Fonseca, foi crucial para o processo que levou à Proclamação da República em 15 de novembro daquele ano.

Após a Proclamação, Benjamin assumiu a pasta da Guerra e, em 1890, foi promovido a general de brigada. Também liderou o Ministério de Instrução Pública, Correios e Telégrafos, onde pôde implementar suas ideias reformistas, uma oportunidade que sempre almejou. Ele disseminou os princípios positivistas, como “viver para outrem” e “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, firmando um legado educacional no Brasil.

Benjamin Constant faleceu em 18 de janeiro de 1891, em Jurujuba, Niterói, deixando um impacto duradouro na educação e na política brasileira.