Augusto
Imperador romano
Biografia de Augusto
Augusto (Otávio Augusto) (63 a.C.-14) foi o primeiro imperador romano. Governou entre 27 a.C. e 14 da Era Cristã, inaugurando uma época de esplendor e prosperidade que marcou o papel de Roma na História.
Era descendente da dinastia Júlio-Claudiana, uma vez que sua mãe era sobrinha de Júlio César. Formou o Segundo Triunvirato com Antônio e Lépido, declarou guerra a Cleópatra e Antônio, vencendo-os em 30 a.C. Conquistou o poder civil, militar e religioso, tornando-se imperador romano.
Caio Otávio, que se tornou por adoção, Caio Júlio César Otávio, e, posteriormente, conhecido como César Augusto (o escolhido dos deuses), nasceu em Roma, Itália, no dia 23 de setembro do ano 63 a.C.
Augusto pertencia a uma das mais ricas famílias da burguesia romana. Era filho de Caio Otávio, que foi edil e pretor em Roma e, mais tarde, procônsul na Macedônia.
Sua mãe, Ácia, era sobrinha do político Júlio César, que, interessado pela carreira do sobrinho, deu-lhe educação aprimorada. Em 45 a.C., um ano antes de morrer, Júlio César o adotou em testamento, e Augusto estava com 18 anos.
Depois do assassinato de Júlio César, Augusto disputou com o cônsul Marco Antônio a liderança do partido popular da República Romana, buscando apoio entre os senadores. Ao conseguir afastar o rival, exigiu o consulado, embora não tivesse ainda a idade legal.
Segundo Triunvirato
Os senadores aristocratas, Cássio e Bruto, negaram maiores poderes a Augusto. Então, ele decidiu destruí-los e buscou alianças com Marco Antônio e com o banqueiro Lépido, formando o Segundo Triunvirato na República Romana, que duraria cinco anos. O primeiro triunvirato foi uma aliança informal entre os generais Júlio César, Pompeu e Crasso, ocorrida em 60 a.C.
Com poderes concedidos pela Assembleia Popular, os novos governantes dividiram o poder da República Romana. Augusto ficou com o governo das províncias da Sicília e da África, Marco Antônio com o da Gália Cisalpina, Lépido com o governo da Gália Narbonesa e parte da Península Ibérica.
Para se livrar da ação dos inimigos políticos, cerca de 130 senadores e 2 mil cavaleiros foram cassados, entre eles, Cícero, que havia escrito contra Marco Antônio, teve suas mãos cortadas e acabou assassinado. Cássio e Brutus, que se refugiaram na Macedônia, foram derrotados por Marco Antônio.
O Triunfo de Augusto
Após vários conflitos, em 40 a.C., o triunvirato foi dividido, ficando “Marco Antônio com o Oriente”, “Lépido com a África” e “Augusto com o Ocidente”. A Península Itálica foi considerada neutra.
Para garantir a fidelidade de Marco Antônio, Augusto arranjou que ele se casasse com sua irmã, Otávia, inaugurando uma era de paz. Em 37 a.C., o triunvirato foi renovado por mais cinco anos.
Ainda havia a ameaça de Sexto Pompeu, que dominava o comércio de trigo africano, recebendo a Sicília, a Córsega e a Sardenha em troca de fornecimento de trigo para Roma.
Em 37 a.C., Augusto e Marco Antônio fizeram um novo acordo e se livraram de Sexto Pompeu. Pouco depois, Lépido foi deposto e nomeado Pontífice Máximo.
O casamento de Marco Antônio logo terminou e, em 36 a.C., ele se casou com Cleópatra, rainha do Egito.
Enquanto estava em campanha militar fora de Roma, Augusto apoderou-se do testamento de Marco Antônio e descobriu que ele havia nomeado Cleópatra como herdeira, que também era regente do filho que teve com Júlio César, Cesarião, que, assim, tornava-se igualmente herdeiro.
Tendo o testamento como pretexto, Augusto partiu para combater Marco Antônio. Em Ácio, perto da Grécia, Marco Antônio foi derrotado e fugiu com Cleópatra para o Egito.
Augusto os seguiu e, quando suas tropas entraram em Alexandria, em 30 a.C., Marco Antônio perdeu a vida e Cleópatra se suicidou. Augusto apoderou-se do tesouro dos faraós, e o território egípcio foi incorporado à Roma.
Augusto e o Império Romano
A conquista do Egito tornou Augusto muito popular entre as forças do exército e a plebe. Ele assumiu sozinho o controle do poder sobre o mundo romano e se fez eleger cônsul. O seu prestígio foi legitimado pelo senado, que lhe concedeu o título de Imperador, tornando-o o primeiro imperador romano.
Em 27 a.C., Caio Otávio recebeu o cognome religioso de Augusto (escolhido dos Deuses), que consagrou sua missão divina.
O Império Romano foi governado por quatro dinastias sucessivas, e a Dinastia Júlio-Claudiana foi a primeira, estendendo-se entre os anos de 27 a.C. e 68 da Era Cristã.
Com a centralização do poder e a diminuição da influência do Senado, Augusto realizou uma profunda reforma política em Roma. Conservador e austero, fez um governo de ordem e hierarquia. Reorganizou as forças armadas, tornando-as permanentes e fixando-as nas fronteiras.
Ele revivificou as antigas tradições religiosas, deu privilégios aos pais de família e combateu o celibato. O império de Augusto foi também marcado pelo grande desenvolvimento literário, o denominado “século de ouro” da literatura latina.
Ajudado por mecenas, favoreceu escritores como Tito Lívio, os poetas Horácio, Ovídio e Virgílio.
Para desviar a atenção da plebe esfomeada e evitar revoltas, Augusto ampliou a política de distribuição de trigo e de promoção de divertimentos públicos — a política de pão e circo.
Augusto é citado no Novo Testamento em (Lucas 2,1) ao publicar um decreto que ordenava que todo habitante do império deveria registrar-se na sua cidade natal. É a época em que José e Maria foram de Nazaré, na Galileia, para Belém, na Judéia, onde nasceu Jesus.
Construções importantes
Augusto transformou Roma em uma cidade de edifícios de mármore, pontes, aquedutos e uma sólida rede de esgoto. Construiu o foro que recebeu seu nome, e no Campo de Marte ergueu as primeiras termas e outros templos.
As muralhas da cidade, as obras de defesa e as fortalezas eram construídas para proteger Roma contra os mais pesados ataques.
O Panteão, encomendado pelo político Marco Vipsânio Agripa, foi construído durante o reinado de Augusto e posteriormente reconstruído pelo imperador Adriano por volta de 126.
Vangloriou-se por ter transformado Roma na “cidade de mármore”. Augusto marcou de tal maneira sua época que esta ficou conhecida como o Século de Augusto.
Morte e sucessor
Sem deixar filhos, Augusto adotou Tibério, filho de Lívia, sua terceira mulher. Tibério teve participação ativa nos negócios do estado.
Quando Augusto morreu, Tibério acumulava poderes quase iguais aos do imperador e já governava Roma.
Augusto faleceu em Nola, Itália, no dia 19 de agosto do ano 14.