Bob Marley

Músico jamaicano

Biografia de Bob Marley

Bob Marley (1945-1981) foi um cantor, compositor e guitarrista jamaicano, responsável por tornar o reggae um ritmo conhecido mundialmente. Foi também um dos maiores representantes do movimento religioso Rastafári.

Primeiros anos

Robert Nesta Marley nasceu em Saint Ann, zona rural do norte da Jamaica, no dia 6 de fevereiro de 1945. Era filho de um militar branco, capitão do exército inglês, e de uma jovem negra jamaicana. Sua mãe, Celella Booker, deu à luz com apenas 18 anos após ter se envolvido com o britânico de mais de 50 anos, que passou a ajudar financeiramente no sustento do filho, mas não era presente em sua vida. Após a morte do pai, em 1955, Marley e sua mãe se mudaram para Kingston, onde enfrentaram discriminação por ser filho de um branco e uma negra, o que o tornava “pardo”. Esse fato o tornava alvo de preconceitos tanto entre os brancos quanto entre os negros da comunidade.

Carreira musical

Desde jovem, Bob Marley se interessou pela música. Juntamente com seu amigo O’Riley Livington, conhecido como “Bunny”, eles começaram a tocar com instrumentos improvisados. A conexão com a música se fortaleceu quando conheceram Joe Higgs, que se tornou mentor e ajudou na formação do grupo.

Em 1962, Arthur “Duke” Reid, um empresário inovador da época, ouviu Marley cantando e decidiu gravar o single “Judge Not”. Este foi o primeiro passo significativo na carreira musical de Marley. Assim, em 1963, Bob Marley, Bunny e Peter Tosh formaram o grupo Wailing Wailers. Inicialmente, eles gravavam no estilo ska, um dos ritmos mais populares da Jamaica, que, mais tarde, evoluiria para o reggae.

O primeiro single do grupo, “Simmer Down”, alcançou grande sucesso e se tornou a música mais tocada nas rádios jamaicanas. Além de Marley e Bunny, a formação da banda aumentou com a adição de Junior Braithwaite, Beverly Kelso e Cherry Smith como backing vocals. Essa formação inicial foi crucial para o desenvolvimento da sonoridade que se tornaria emblemática do reggae.

Em 1966, Marley se casou com Rita Anderson e se destacou na cena musical da Jamaica. Depois de um período nos Estados Unidos, durante o qual o casal viveu com a mãe de Marley e o padrasto, ele retornou à Jamaica pronto para revitalizar sua carreira.

The Wailers

Com Rita ao seu lado, Bob Marley reformulou os Wailers, que passaram a se chamar “The Wailers”. Com a colaboração do renomado produtor Lee Perry, a banda ganhou destaque ao gravar clássicos como “Soul Rebel”, “400 Years” e “Small Axe”, que incorporaram temas espirituais e políticos, muito influenciados pelo Rastafarianismo.

Em 1970, o baixista Aston Barrett e o baterista Carlton Barrett entraram na formação da banda, expandindo sua sonoridade. O contrato assinado com a Island Records em 1971 foi um marco significativo. O primeiro álbum da banda com a gravadora, “Catch a Fire”, foi lançado em 1973 e se destacou globalmente.

Durante a turnê pela Inglaterra e Estados Unidos, também lançaram “Burnin’”, que apresentou hits como “I Shot the Sheriff”, que mais tarde seria regravada por Eric Clapton. O álbum “Natty Dread” de 1974, trouxe o clássico “No Woman, No Cry”, solidificando a posição dos Wailers como um dos grupos mais influentes da música mundial.

Nessa época, Rita Marley, Judy Mowatt e Marcia Griffiths foram adicionadas ao grupo como “I-Threes”, fortalecendo ainda mais as performances da banda. A transformação para “Bob Marley & The Wailers” ocorreu em 1976, quando o álbum “Rastaman Vibrations” atingiu o topo das paradas e estabeleceu Marley como uma figura global.

Atentado

O ambiente tumultuado da Jamaica durante os anos 70 levou Marley a engajar-se em atividades políticas. Na busca pela paz entre facções rivais, ele organizou um show gratuito no Parque dos Heróis Nacionais em Kingston. Porém, dias antes do evento, em 3 de dezembro de 1976, sua casa foi alvo de um atentado. Embora ferido, Marley não deixou de se apresentar ao público que esperava por ele.

Após o atentado, ele decidiu se mudar para Londres, onde gravou o álbum “Exodus”, que se tornou um dos seus maiores sucessos, com a famosa faixa “One Love”. Este período foi crucial para a expansão de seu público e para a difusão do reggae.

Atuação política e ativismo pela paz

Marley não foi apenas um ícone musical; ele também atuou como um importante mediador político. O “One Love Peace Concert”, que promoveu a reconciliação entre líderes políticos em conflito, exemplificou seu compromisso com a paz. Em reconhecimento a essas contribuições, ele recebeu a “Medalha da Paz” na sede da ONU.

Esse período de engajamento político culminou em sua viagem à Etiópia em 1977, onde aprofundou sua conexão com as raízes do Rastafarianismo e a cultura africana, reforçando sua mensagem de unidade e solidariedade.

Legado e filhos

Bob Marley deixou um legado duradouro, com música que ainda ressoa em várias culturas ao redor do mundo. Ele teve nove filhos e filhas com várias mulheres, entre eles, músicos de destaque como Ziggy, Damian e Stephen Marley, que continuam a tradição musical da família.

Morte de Bob Marley

Infelizmente, em 1977, Marley foi diagnosticado com um câncer de pele agressivo. Ele resistiu ao tratamento convencional, optando por métodos naturais e tradições Rastafárias. Sua saúde deteriorou-se a ponto de ser impossível evitar as consequências do câncer, e em 11 de maio de 1981, ele faleceu em Miami, aos 36 anos.

Seu funeral foi um evento monumental, com honras de chefe de estado. Adata do seu nascimento foi transformada em feriado nacional na Jamaica, um tributo ao impacto duradouro de sua música e filosofia na luta pela justiça e paz.

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