Artur Bernardes

Artur Bernardes é um nome reverberante na História do Brasil, sendo um dos presidentes que deixou sua marca no cenário político nacional. Ele governou entre 1922 e 1926, um período repleto de desafios, revoltas e transformações. Neste artigo, vamos explorar a biografia de Artur Bernardes, sua carreira política, os principais acontecimentos durante sua presidência e suas contribuições para o Brasil.

Você sabia que Artur Bernardes governou sob um estado de sítio em sua presidência? Isso revela muito sobre a complexidade da época em que ele liderou o Brasil. Vamos adentrar mais nos detalhes de sua vida e entender como ele influenciou a trajetória do país.

Biografia de Artur Bernardes

Artur Bernardes nasceu em Viçosa, Minas Gerais, no dia 8 de agosto de 1875. Filho de Antônio da Silva Bernardes e Maria da Silva Bernardes, começou sua educação no tradicional Colégio de Caraça. Sempre voltado para o conhecimento, transferiu-se para a Faculdade Livre de Direito de Ouro Preto e, mais tarde, para a de São Paulo, onde finalizou seus estudos em 1900.

Carreira Política

A carreira política de Artur Bernardes começou em 1906, quando se elegeu vereador e presidente da Câmara Municipal de Viçosa. No ano seguinte, alcançou um cargo mais elevado ao ser eleito Deputado Estadual. Em 1909, já como Deputado Federal, renunciou seu cargo para assumir a Secretaria de Finanças de Minas Gerais. Em 1917, ele se elegeu governador do estado, cargo que ocupou até 1922.

Como governador, Bernardes teve um papel proeminente e se destacou na implementação de várias reformas administravas. Sua experiência no governo estadual o preparou para o próximo passo: a presidência da República.

Presidente da República

Em 1922, Artur Bernardes foi eleito presidente do Brasil, novamente dentro do modelo de rodízio entre São Paulo e Minas Gerais, conhecido na época como “política do café com leite”. O apoio do presidente Epitácio Pessoa foi crucial para sua candidatura. Bernardes enfrentou uma campanha difícil, marcada pela hostilidade de seus adversários, que chegou ao auge com a publicação de cartas falsas atribuídas a ele, provocando uma verdadeira crise política.

Ele assumiu a presidência em 15 de novembro de 1922, sob estado de sítio, que durou até novembro de 1923. Esse período político se caracterizou por uma série de revoltas, como a Revolta do Forte de Copacabana e a Revolução Paulista de 1924.

Revoltas e Agitações

A presidência de Artur Bernardes foi marcada por diversos conflitos, incluindo o Pacto de Pedras Altas e a Coluna Prestes, que se destacaram por sua brutalidade e pelos desafios que colocaram ao governo. A resposta de Bernardes às revoltas foi enérgica; ele utilizou um forte aparato policial e implementou censura à imprensa, medidas que geraram controvérsias consideráveis.

A chamada “lei infame” foi um dos aspectos mais questionados de sua administração, pois limitava a liberdade de expressão e controlava a divulgação de informações sobre a situação do país. Bernardes se viu obrigado a tomar medidas drásticas para conter as agitações que ameaçavam sua governabilidade.

A Economia do País

Durante seu mandato, o Brasil passava por uma crise econômica significativa, ocasionada por uma combinação de fatores, como a inflação alta e uma queda alarmante nas exportações. As dificuldades financeiras culminaram em um período crítico para os cidadãos brasileiros, que enfrentavam incertezas e instabilidades em vários setores. Ao final de seu mandato, Bernardes seria lembrado por suas tentativas de estabilizar a economia e restaurar a confiança nas instituições.

Reforma Constitucional

Em 1926, um dos legados mais significativos de Bernardes foi a imposição de uma nova reforma constitucional que fortaleceu os poderes do presidente, permitindo-o vetar projetos de lei e restringir o uso de habeas corpus. Essa reforma foi vista como uma tentativa de garantir maior controle sobre a política brasileira e refletiu as táticas de um governo que lutava para se firmar em meio a crises e desafios constantes.

Sucessão

Ao final de sua presidência, a escolha de seu sucessor seguiu a lógica da política do café com leite, sendo Washington Luís seu sucessor. Esse modelo político continuou a moldar a dinâmica do governo e as relações entre Minas Gerais e São Paulo, duas potências políticas da época.

Exílio

Após sua presidência, Artur Bernardes permaneceu ativo na cena política, sendo eleito senador por Minas Gerais em 1927. Porém, a Revolução Constitucionalista de 1932 trouxe novos desafios; ele se posicionou ao lado de São Paulo, o que resultou em sua prisão e posterior exílio na Europa por quase dois anos. Essa fase da sua vida revelaria a complexidade da política brasileira, marcada pela luta entre diferentes ideologias e propostas para o futuro do Brasil.

Deputado

Bernardes retornou à política após seu exílio, tendo sido eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte em 1946. Durante essa fase, ele se destacou ao presidir a Comissão de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados e se posicionar firmemente a favor do monopólio estatal do petróleo e contra a internacionalização da Amazônia, mostrando sua preocupação pela soberania nacional.

Artur Bernardes faleceu no Rio de Janeiro em 23 de março de 1955, deixando um legado tanto de realizações quanto de controvérsias, refletindo a turbulência de seu tempo.

FAQ sobre Artur Bernardes

• Qual foi a principal contribuição de Artur Bernardes para o Brasil? A reforma constitucional de 1926, que fortaleceu os poderes do presidente.
• Quando Artur Bernardes assumiu a presidência? Ele tomou posse em 15 de novembro de 1922.
• Com quais principais revoltas ele lidou durante seu governo? A Revolta do Forte de Copacabana e a Revolução Paulista de 1924.
• Quando Artur Bernardes foi exilado? Ele foi exilado em 1932, durante a Revolução Constitucionalista.
• Qual foi o impacto da economia durante seu mandato? O Brasil enfrentava uma grave crise econômica com inflação e queda nas exportações.
• Artur Bernardes governou sob estado de sítio. O que isso significou? Significou que ele teve poderes especiais para reprimir revoltas e agitações políticas.
• Artur Bernardes participou de qual política tradicional brasileira? Ele participou da política do café com leite, alternando a presidência entre Minas Gerais e São Paulo.
• Como foi sua vida depois da presidência? Ele continuou a participar da política, sendo eleito senador e deputado, até sua morte em 1955.